Recuperações judiciais batem recorde e expõem os efeitos da desorganização econômica nacional

O Brasil segue atravessando um ciclo preocupante de deterioração financeira no setor empresarial, com sucessivos aumentos no número de pedidos de recuperação judicial.

Depois de um salto expressivo em 2023, quando foram registrados 1.405 pedidos — alta de 68,7% em relação ao ano anterior —, o país atingiu em 2024 o maior número da série histórica: 2.273 processos iniciados, de acordo com a Serasa Experian.

Agora, em 2025, os dados parciais confirmam que a escalada continua. Apenas no primeiro trimestre deste ano, já foram protocolados 471 novos pedidos, com destaque para o mês de março, que alcançou 187 requerimentos — número superior ao mesmo mês de 2024 e o maior já registrado no ano até agora.

Embora fevereiro tenha apresentado leve queda, o comportamento dos dados confirma a tendência de alta. Se o ritmo for mantido, o ano de 2025 poderá superar o recorde anterior, consolidando um cenário de alerta para o ambiente empresarial brasileiro.

A pressão que se acumula sobre as empresas é multifatorial. Juros elevados, crédito escasso, aumento do custo operacional, inadimplência generalizada, insegurança regulatória e jurídica afetam a estrutura financeira dos negócios, especialmente os de menor porte.

Em 2024, quase 80% dos pedidos de recuperação judicial partiram de micro e pequenas empresas, evidenciando sua fragilidade diante do cenário macroeconômico.

Os setores mais impactados seguem sendo comércio, serviços e agronegócio, este último com um crescimento expressivo nos pedidos durante o início de 2025, impulsionado por fatores tributários, condições climáticas adversas e queda no volume de exportações.

Diferente do senso comum, o aumento das recuperações judiciais não se associa exclusivamente à má gestão. Em grande parte dos casos, trata-se de uma tentativa legítima de reequilíbrio financeiro, visando preservar a continuidade da atividade, manter empregos e organizar passivos sem recorrer à falência.

O problema maior reside no timing. Empresas que recorrem ao Judiciário quando já esgotaram alternativas operacionais e estão profundamente comprometidas financeiramente encontram mais obstáculos para aprovar um plano de recuperação viável.

Por isso, mais do que uma medida de desespero, a recuperação judicial deve ser entendida como uma ferramenta estratégica, cuja efetividade depende de preparo técnico, assessoramento jurídico qualificado e atuação preventiva.

Nesse cenário, ganha relevância a atuação de uma advocacia empresarial que vá além da resposta reativa a crises.


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Renan Pelizzari

Com formação ampla e foco em Governança, LGPD e Recuperação de Empresas, Renan representa a nova geração do direito digital e estratégico. Combina conhecimento técnico com expertise em segurança jurídica para ambientes de alto risco.

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